Oziel agora é o Rei de Luís Eduardo Magalhães?
19/06/2019

Almerinda, assustada com o poder absoluto de Oziel, primeiro e único.
Madame Almerinda, a passionária de direita, pitonisa diletante e ativista política, me chama no aplicativo Telegram com uma mensagem de voz. Sim, agora é moda, depois que toda a República conspira pelas ondas binárias do Telegram.
– Me diga, caro periodista, entendeu a sessão ordinária – e bota ordinária nisso – da Câmara do LEM no dia de ontem?
– Sim, entendi, dentro das minhas modestas possibilidades intelectuais, Madame. O Prefeito tem nove vereadores na sua base política e com isso manda e desmanda na Câmara.
– Quer dizer que agora ele pode aplicar onde quiser o dinheiro dos cofres públicos?
– Pode, Madame. Assim é a democracia. O povo elegeu esses nove vereadores e agora eles concederam ao Prefeito o poder absoluto. Oziel é de fato o Soberano das Terras onde o sol pousa a sua grandeza e o fruto da terra germina, como canta nosso hino.
– Mas pode uma coisa dessas, jornalista?
– Pode, Madame. Se Oziel tivesse estudado francês, ontem ele estaria gritando a plenos pulmões: “L’etat c’est moi”, como Luís XIV, o representante máximo do absolutismo francês. Ele era conhecido como o Rei Sol.
– Conheço um pouco de história também, meu caro periodista. E essa história de Rei Sol não termina bem. Acabaram todos os absolutistas com a cabeça separada do corpo no final do mesmo século. Em 4 de outubro do próximo ano pode acontecer o mesmo no LEM. Dezenas de cabeças vão ser amontoadas num balaio grande.
– Deixe de ser trágica, Madame. O povo nem entende essa história de remanejamento de verbas. Só sabe cantar “ei, ei, ei, Oziel é nosso Rei”.
–
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