Por fora bela viola, por dentro, pau bolorento
Quem vê essa carinha de determinada indignação, de injustiçada do momento, da ex-primeira dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, libertada da prisão ontem, não deve nem imaginar o que a dita cuja apresentou junto com o marido.
Quantos morreram na fila do Sistema Único de Saúde, nas enfermarias superlotadas e corredores dos hospitais públicos, por falta de um médico ou de um remédio de alguns reais só porque a “baixinha” queria se emperiquitar de jóias, roupas e viagens caras?
Quantas mães e seus bebês foram sacrificadas no altar das iniquidades?
O povão se reuniu na porta do seu prédio para chamá-la de safada. Com justa razão. A moça é até bonitinha, mas valer que é bom não vale nada mesmo. Espera-se que volte logo para a cadeia, sem mordomias e sem encontros com Cabral.
Definitivamente não é caso de prisão, nem de prisão domiciliar: é caso de julgamento sumário e opção entre prisão perpétua com trabalhos forçados ou forca. Corrupção mata inocentes.
O Brasil não vai se endireitar enquanto tiver essa mentalidade cristã, ocidental e compreensiva.
Esse caso serviu pelo menos para que a população soubesse de uma pequena verdade: os muitos milhões de brasileiros que não tem computador e muito menos internet em casa, na verdade também vivem numa prisão domiciliar constante.