Ministro do STF denuncia Lula por pressões contra julgamento do Mensalão
No momento em que um ministro do Supremo Tribunal Federal, no caso Gilmar Mendes, vem a público para denunciar as pressões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para postergar o julgamento do Mensalão, vê-se que o conjunto de forças que deságuam num mínimo de moralidade da República está definitivamente abalado. O País está numa das piores encruzilhadas de frouxidão ética de sua história, em que o cidadão mais simples chega a acreditar que a honestidade e a retidão de caráter sejam anacronismos sem nenhum sentido.
Relata o jornalista Cláudio Humberto: Mendes confirmou o encontro e o teor da conversa, revelada ontem, ao jornal Folha de S. Paulo: “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente.” O encontro aconteceu em 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro de Lula e ex-integrante do STF. O petista disse ao ministro, segundo a revista, que é “inconveniente” julgar o processo agora e chegou a fazer referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), hoje investigado por suas ligações com Cachoeira.
Malandragem, argúcia para delinquir, vivacidade, esperteza , sagacidade e um certo sentimento de impunidade parecem ser as qualidades precípuas do homem público brasileiro, numa extensa pirâmide hierárquica que vai desde os pró-homens da República até o mais singelo barnabé.
Que Deus abençoe este torrão onde prospera a iniquidade e a desonra.
Como já deve estar sabendo, o Nélson Jobim disse, em entrevista ao Estadão, que é mentira, que não aconteceu nada daquilo que o Gilmar afirmou à Veja, e ainda completou: “Tem caroço neste angu”, ou seja, deve ser mais uma das armações falsas da revista que tinha no Cachoeira, um “editor” em sua saga denuncista.
E olha que o Gilmar e o Nélson Jobim são amigos, logo, ponto para a honestidade do Jobim em se dispor a desmascarar a amação que tem endereço certo: a CPMI do Cachoeira que, se já tinha desistido de convocar o editor da revista, o Civita, agora deve mudar de ideia, ou seja, o “tiro saiu pela culatra”.